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Mostrando postagens de agosto, 2020

"Algo hicimos mal"

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Palavras do Presidente Oscar Arias, da Costa Rica, na Cúpula das Américas em Trinidad e Tobago, a 18 de abril de 2009, na presença do então presidente do Brasil e demais presidentes latino-americanos, incluído o do Equador, Rafael Corrêa (abaixo nominalmente citado). Tradução livre minha.  "ALGO FIZEMOS ERRADO" "Tenho a impressão de que cada vez que os países caribenhos e latino-americanos se reúnem com o presidente dos Estados Unidos da América, é para pedir-lhe coisas ou para reclamar coisas.  Quase sempre, é para culpar os Estados Unidos de nossos males passados, presentes e futuros.  Não creio que isso seja de todo justo.  Não podemos esquecer que a América Latina teve universidades antes de que os Estados Unidos criassem Harvard e William & Mary, que são as primeiras universidades desse país.  Não podemos esquecer que nesse continente, como no mundo inteiro, pelo menos até 1750 todos os americanos eram mais ou menos iguais: todos eram pobres.  Ao aparecer a Revo

Erlang B: Uma Interpretação Alternativa

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  Agner Krarup Erlang era um sujeito interessante: como funcionário da Companhia Telefônica de Copenhague, solucionou analiticamente dois problemas clássicos (mas pragmáticos) na segunda década de 1900: a) calcular quantos troncos (linhas) seriam necessários para prover um serviço telefônico de qualidade aos assinantes, e b) calcular quantas telefonistas seriam necessárias para atender com qualidade a um determinhado volume de chamadas. Até hoje as soluções encontradas por Erlang são aceitas como as corretas para ambos os problemas e utilizadas amplamente por operadoras de telecomunicações, serviços de call-center, serviços de help-desk, dentre outros usos de ordem prática. Ele é considerado o fundador de um ramo do conhecimento chamado de Engenharia de Teletráfego. A fórmula encontrada por Erlang para o primeiro problema é conhecida como “Erlang B”: B é a probabilidade de que chamadas sejam bloqueadas por ausência de troncos livres, dentro de uma unidade de tempo, quando a intensidade

Gerenciar é Estimar

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Algumas pessoas, principalmente aquelas que são excessivamente apegadas a minúcias técnicas em suas profissões, tendem a não gostar (ou têm medo) de fazer estimativas numéricas ou expressar suas opiniões profissionais sem fazer cálculo. Isso não tem razão de ser. Quanto mais experiente você for em sua profissão, mais será capaz de fazer boas estimativas sem cálculos. Você pratica o ato de fazer estimativas a cada momento de sua vida, inconscientemente: quando ultrapassa outro veículo na estrada, quando joga bolas de papel na lixeira a 5 metros de você (e acerta!), ou mesmo quando brinca com sua filha lançando-a e agarrando-a no ar acima da sua cabeça (se você é pai e nunca fez isso, eu lhe asseguro que seu/sua filho(a) perdeu grandes momentos de diversão com você!). Em alguma dessas situações você para e faz cálculos matemáticos antes de executar tais ações? Claro que não. Por quê? Porque a sua experiência e as suas heurísticas acumuladas permitem que você faça tais coisas sem muito es

O Impacto das Base Rates em Evidências

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                                                      No artigo “Evidential Impact of Base Rates” (Tversky, 1982), Tversky and Kahneman propõem o seguinte problema (tradução livre minha):  Um táxi se envolveu num acidente à noite e fugiu do local. Duas companhias de táxis, a Verde e a Azul, operam na cidade. Você é apresentado com os seguintes dados:  (a) 85% dos táxis da cidade são verdes e 15% são azuis;  (b) Uma testemunha identificou o táxi do acidente como sendo azul;  (c) A Justiça testou a confiabilidade da testemunha sob as mesmas circunstâncias da noite do acidente e concluiu que a testemunha identifica corretamente cada uma das duas cores em 80% das vezes e erra em 20% das vezes.  Qual é a probabilidade dessa testemunha ter identificado corretamente a cor do taxi nesse acidente?  Seja B o universo de possibilidades de o táxi ser identificado como Azul, e G o universo de possibilidades de o táxi ser identificado como Verde, e seja R o universo de possibilidades de a te